quinta-feira, 25 de dezembro de 2008

Um brinde ao Natal!


Eu caminhava devagar, pensando, sozinha pela rua, calada,
admirando a lua, as estrelas, aquelas pessoas com pressa e
as luzes dos carros, sem o barulho de buzina habitual, talvez,
por ser noite fria, tarde, bem tarde e com muita melancolia.
Aquele cara deitado no chão, com a mão estendida, trêmula...
Aquela cara triste, cheia de sinais, de velhice e de falta de amor
Levantou sua mão em minha direção e eu não sabia o que queria
Seria dinheiro, companhia, um socorro, carinho, ou atenção?
Um peso em meu peito me acompanhou. Eu vi aquilo e não fiz nada.
Aquela hora, o que eu poderia fazer? Apenas apressei o passo.
Não é o que você faria? Será que você pararia e sentaria ao lado
pra tomar um café e jogar conversa fora? Era noite de Natal,
será que você não o convidaria para participar de sua Ceia, afinal?
Não faria, não. Iria embora, como eu. Olhando para o próprio umbigo
e, se muito, com um pouco de dó... e só!
Olho pro lado e vejo aquele menino, pequenino, lindo, apesar dos trapos,
se esticando para alcançar o Pára-brisa tentando ganhar aquela moeda, que
ele não sabia, mas desta vez, não ganharia. O sinal abriu e lá se foi o carro.
Jogou seu rodinho de mão no chão e tamanha foi sua decepção, sentou na calçada
franziu a testa, levou suas mãos a cabeça, se irritou, chorou e por alí ficou.
Continuei meu caminho. Fechei meu casaco. Apertei minha bolsa. E seguí.
Segui pra casa, segui com a minha vida, com um saco na mão. Cheio de presentes.
Ao chegar em casa vi aquela mesa farta. Vi aquela gente chegando cada vez mais
Desfilando com pratos na mão. Cada um querendo chamar mais atenção, Perú, Tender, chester, salada, bacalhau e até salmão. Muito cheiro, sabor e que bela arrumação! Bebidas... Nem te conto...
Whisky, Champagne, Vinho, Cerveja, Refrigerantes, tinha pra todo gosto e a temperatura? No ponto.
Uma árvore de natal bem linda, cheia de luzes, enfeites, e o melhor, cheia de presentes e a família toda reunida.
Esquecemos de tudo nesse momento:
Do irmão sem emprego,
Do sonho que não se realizou,
Do principe encantado que não chegou,
Da dívida que não pagou,
Do amor que nao voltou,
Do objetivo que não alcançou,
Planos, muitos planos...
É só o que resta, além do balanço e agradecimento pelo que Deus nos abençoou.


Levanto minha taça e brindo à hipocrisia de um mundo que se esconde por trás de suas próprias falhas, se passando por vítima e fazendo de conta, por um instante, que não existe nada.

sexta-feira, 14 de novembro de 2008

Meu grande amor


Amor, meu grande amor
Mexe assim, faz parte de mim
dessa pele que em chamas, arredia,
insana, te chama e arrepia

É você meu homem, meu menino
que eu chamo em silêncio,
te visito em sentimento, em desalento
fecho os olhos, viajo, te acho em pensamento

É possível sentir até o que está por vir
Você me beijando, abraçando, me amando
assim... lindo, inteiro, só pra mim,
Bem vivo, como se já estivesse aqui!

É carinho, é amor, é saudade,
ou ilusão, doença e maldade?
Meu amor é cego, não importa!
e sem você minha alma é morta.

quarta-feira, 12 de novembro de 2008

E agora?


É complexa.
Não há como negar!
Não entendi nada!
A dúvida ficou no ar.

Não entendo você,
nem suas palavras,
Nem a sorte,
nem a morte,
que me carrega mesmo em vida

Não procuro hoje rimas em meus versos
Tento apenas expressar o que carrego
bem dentro desse coração, anão
Pequeno para tanta dor

Descobri que o que senti superado,
Mesmo eu deslizando para todos os lados,
em certos momentos renasce
me invade, mesmo que tarde

É nesse momento que me transporto
Para o que me corrói,
Para o que me machuca,
Para o que me destrói,

Eu tento, invento, reinvento
deixo por conta do vento
carregar pro mar
todo esse mal sentimento

Não tem jeito, hoje eu descobri
Ela tá viva, tá ali,
essa verdade, latente
ela crente e eu descrente
esfregando o passado em minha cara

Não dá pra fugir,
Nem dá pra se esquivar
Não sei qual o próximo passo
E agora, o que será que faço?

domingo, 19 de outubro de 2008

Deixa


Eu quero você agora, amor, vem e não demora!
Não me importa o tempo, a distância e nem a hora,
Estou eu aqui, deitada na cama, feito criança
com som no ouvido, chocolate e sua lembrança.

Choro, um choro contido, e a felicidade de te amar
se confunde com a tristeza de não poder estar com você
Te quero, agora! Você aqui bem do meu lado, deitadinho,
Grudadinho, me amando, beijando e me enchendo de carinho

Faz isso não amor, não me ignora, vem pra cá correndo
Sofro de uma dor, que não sara, nem some com o tempo
Se alimenta com tua ausência, só cresce, me enlouquece
e só um tratamento me cura: teu abraço e você do meu lado

E o que faço agora? Com você no pensamento, e essa lança
fincada em mim, me partindo ao meio, sem dó, sem piedade
Que cupido foi esse? Será que atingiu a pessoa errada?
Penso assim pois, com tanta dor, eu não estava preparada!!

Deixa o que estava fazendo pra lá
Deixa a rotina da vida se arrebentar
Deixa o que está fazendo agora e vem pra cá
Deixa tudo, corre e vem para esta Donna amar

sexta-feira, 3 de outubro de 2008

Coração desabitado


Você chega assim sorrateiro me alugando, com um papo o tempo inteiro,
e eu sentindo, no ar, sua vontade de ficar comigo, de me amarrar.
Eu, faceira, na vida sem eira nem beira correndo pro lado contrário
fugindo com toda força da intenção de me apaixonar

Tô no caminho da vida, decidida demais, com meu coração desabitado,
e você na contra mão, eu do lado contrário, feliz, sem ninguém,
achando que você, nem outro alguém, será capaz de me acompanhar.
Vou, com isso, marchando contente, te deixando bem longe do meu coração

Principalmente hoje cheia de planos, não quero lutar por teus beijos.
Na ida, não canto canções de amor. Na vinda, só canções de despedida
Despedida de quem dançou, pintou e bordou, mas, que bom, não se apaixonou
pra mim, esse sim é o verdadeiro sentido da vida.

Só vivendo, é assim que por aí eu vou.

Te olho e não entendo, do meu lado senta mineiro, me impondo condições
eu, comigo, prestando atenção, pois de segui-las, não tenho a menor intenção
Sorrio, é só o que eu posso fazer. Penso. Decido. Você pra mim não quero ter
Se não quero me envolver pra não sofrer, imagine se quero sofrer por você!

quinta-feira, 2 de outubro de 2008

Querendo tudo outra vez


Quero outra vez...
O teu sorriso bôbo no rosto
que, sem querer, te escapava
enquanto eu fingia não perceber

Eu quero...
Me deitar e sentir tuas mãos trêmulas
quando ao tocar-me, sentindo meu corpo
te deliciavas ao anoitecer

Muito mais ainda eu quero de novo
Quando tu, bem pertinho do meu rosto,
me beijava, me sentia com muito gosto
e eu flutuava de tanto prazer

Sussurravas palavras de amor
Sempre que de mim se aproximava
e, ansiosamente, a noite toda esperava
outro dia chegar com o amanhecer

Pensando em você todo o dia eu passava
Quando te via, correndo, eu te abraçava
e em teu colo, dengosa, eu me ajeitava
esperando que tudo voltasse a acontecer

Porque, hoje, me negas um beijo?
Me deixas sozinha, louca de desejo
fecho os olhos, triste, e te recebo
inutilmente, fingindo não sofrer

Achas que é assim que tem que ser?
Esqueces que romântico, atencioso,
gentil, quente, disposto, e amoroso
deve ser um homem para toda mulher?

Não sou eu quem vai te ensinar como ser
Enquanto isso, em sonho, continuo a viver
resgatando momentos, fantasiando sentimentos
aguardando todo o encanto, em você, renascer

Enquanto isso... fico eu no meu canto
aprendendo a lidar com meu pranto
descanso, a flor da pele, com meu corpo
querendo tudo outra vez...

quinta-feira, 25 de setembro de 2008

Como se eu fosse um ET


Era cedo e eu não entendia o que se passava.
Tão jovem garota, errava e acertava mas não percebia.
Amigos seletos, amores incertos e a vida, toda ela em mim não cabia.
Corria em direção ao mundo, pouco receio, sem arreio e o pé no chão já machucado, cansado, sem sola, já não conseguia pisar no freio.
Era tudo encanto, sem canto certo eu vivia.
Um turbilhão de desejos a girar, e entontear minha cabeça conseguia.
Não, eu não conseguia parar, viver pra mim sempre foi melodia, de canções diversas, de rimas e prosas, de letras, palavras e versos que levo na sacola e de espalhá-las como a pétalas no chão em meu caminhar, aos quatro cantos do tempo, com ajuda do vento, feliz, só assim, eu viveria.
Encontrei pessoas de todos os tipos, de cores diversas, de grandes conversas, de poucas e pequenas mas que conseguiam meu peito encher, de curiosidade, de saudade, de vontade de ainda mais viver e/ou até, porque não, morrer de prazer.
Que vontade que dá, hoje com pouca força, hoje sem tempo, hoje no alento, de ler as páginas do tempo e nelas conseguir forças para voltar a viver.
Viver cantigas de roda, olhar mulheres e homens sem hora, sentados nas calçadas, colocando a conversa em dia, ou em mesas jogando dominó, com o baralho, buraco, enquanto o embaralho da vida esquecia.
Sinto nas pessoas de hoje apenas ferida, cicatrizes abertas, caras sofridas, materializando a vida, sonhando em ter coisas que não se pode ter.
Quanta coisa perdida... quanta gente iludida, que vive num mundo robotizado, de gestos automatizados, em busca de ideais falidos. Não valorizam sequer os seus filhos enquanto gozam e sofrem ao mesmo tempo, sem perceber.
Quero voltar a viver... viver com você que encontrei nas esquinas e que passou por mim despercebido e não falou, me ignorou como se eu fosse um ET, que vive em planetas distantes a procura da utopia de tudo ter para, só então, começar a viver.

sábado, 20 de setembro de 2008

Cadê?


Cadê a força que me envolveu até hoje?
Cadê o desejo de não mais te ver?
Porque agora quero morrer a te dizer um não?
Você que me causou tanta decepção.

Cadê, meu Deus,a minha certeza
que percebo, hoje, estava me iludindo.
Não consigo me desviar de você, eu sinto
Será que vou ter que passar
por tudo aquilo outra vez?

É certo que foi maravilhoso
por esse motivo é que foi doloroso
quando o fim se aproximou
e me arrancou de qualquer maneira
o que eu regava em meu coração:
o teu mísero amor.

Te falo em prece senhor e te suplico
Levanto minhas mãos ao alto e te enalteço
Será que não já paguei minha dívida contigo
ou tenho ainda que padecer para teu apreço

O que é isso que me ferve por dentro
me deixa cega e me faz perder a cabeça, os sentidos
Sei que não devo, isso eu penso, eu falo, escrevo
mas é dificil seguir a razão sempre que eu te vejo

terça-feira, 17 de junho de 2008

Reflexo


Olho o espelho
Não vejo
o reflexo de quem eu sou

Toco-o
e não sinto nele
a dor que em mim se instalou

Gosto do que vejo
Mas não do que sinto
Parece um labirinto
entre o que sou e o que pareço ser

É tão difícil conciliar
quando sou eu a espectar
os dois lados da moeda

Te vejo por fora
te julgo...
e, se gosto, não esmiúço
vou apenas, por escolha,
até onde meus olhos podem chegar

Mas, e a mim?
Não tenho essa opção
pois o que sou realmente
dói constantemente
na alma, no coração
e fujo da comparação, inutilmente,
pois ninguém mais, além de mim
sabe que não sou bem assim

quinta-feira, 8 de maio de 2008

Dia das mães


Um dia como outro qualquer
não fosse minha mãe ser essa mulher
de fibra, de garra, de beleza tão rara
que mereça um dia inteirinho só para homenageá-la

Então cedo aos apelos comerciais
de um presente bem lindo vou atrás
mesmo mentindo: "não precisa", bem sei, me dirás!

É mamãezinha querida
nada no mundo me fará esquecê-la
e o melhor de tudo é poder tê-la
o dia todinho bem grudadinha em mim

Te dou uma linda rosa vermelha
que simboliza essa paixão verdadeira
que me inspira por tua delicadeza,
e por teu olhar tão bonito
que nunca desaparece
como a de tantos outros amores que senti

É um amor diferente
puro, real, transparente
no qual totalmente me entrego
pois sei que o que sinto é eterno
e pequeno
diante do que sentes por mim

Não há palavra nem verso
que consiga descrever minha alegria
mas venho humildemente aqui dizer
o que sinto por ti em poesia

Ter você ao meu lado
é minha maior alegria!
E existir no mundo coisa melhor inventada,
me perdoa o pecado,
leigamente entendo que Deus não conseguiria

Escrito em 08 de maio de 2008

sábado, 3 de maio de 2008

O que é o amor?


O que é o amor?
Pergunta difícil essa.
Tal qual responder quem é Deus ou se ele existe, uma vez que ambos se confundem.
Amor é sentimento e ponto.
Sentimento este que se traduz através de ações, reações, sensações.
Todo o resto é bem característico de cada um. E estou falando agora das várias formas de amar.
Não existe uma cartilha para o amor. Nós mesmos ficamos surpresos com nossas atitudes quando estamos amando. Sempre de uma forma diferente da outra, umas vezes machuca, por outras nos levam as nuvens.
Achei ter descoberto o amor quando me apaixonei pela primeira vez, no instante do primeiro beijo.
Achei ter descoberto o amor quando nasceu meu primeiro filho, vi que não poderia amar mais ninguém assim até ter nascido o segundo, e olha eu aí novamente amando em total intensidade.
O amor tenho certeza,ele existe. E é sentimento.
Achei que o amor não existia quando perdi meu pai há poucos anos atrás e a tristeza e a descrença tomou conta da minha vida, mas logo que consegui tirar essa mágoa de mim descobri que sim, o AMOR existe, pois a ausência dele me mostrou que eu não tinha noção do quanto eu o amava e vi que o amor é um sentimento nobre que não se perde no tempo nem no espaço.

sexta-feira, 11 de abril de 2008

Desabafo


Eu sei que não mereço.
Sou menina ainda,
por vezes me vejo descalça bem ali na esquina.
Mas tudo mudou, depois que do meu ventre um anjo nasceu
como um milagre o que jamais entendi aconteceu
tudo se fez visível em minha mente,
Foi aí que cresci e, apenas eu tentei ser
a mãe que um dia pra mim eu tentei ter
não condeno ninguém, pelo contrário
sofri as dores pelas escolhas que fiz
e não posso hoje dizer nem apontar
essa dor como dono, alguém...
Busquei ...
Busquei tudo pra mim,
mas Deus sabe nada foi proposital
por isso sei que essa dor hoje, não mereço. É irreal.
Eu só queria amar o amor mais puro e verdadeiro,
mas só descobri meu erro depois do meu pesadelo
tento não levar isso adiante
e tudo isso guardo pra mim
as dores do tempo, do pranto
do desentendimento, do meu tormento
e até do que ja caiu no esquecimento.
Admito meu erro e não estranho
e hoje eu sei, não mais me engano.
Só quero ser feliz sem ninguém pra dizer como
E até disso desisti... de todos meus sonhos, meus planos,
tudo engano.
E não me venha você nesse exato momento
fazer eu me sentir ou engolir o que não mais agüento
Me perdoa senhor por essa sensação de auto-suficiência
mas não quero sentir outra vez toda aquela dor por ausência
de minha reação
de como dizer um não
de como dizer não importa
de como depois de tudo aquilo
não conseguir sair por aquela porta
É...
Talvez você não entenda nada do que eu digo
mas tenha certeza não passo mais por esse castigo
e sofrer, tenho certeza, de novo não vou
ao menos não mais pela mesma dor
eu agora entendi e não me venha você
por o dedo no meu nariz
e me tratar, mais uma vez,
como se eu fosse uma aprendiz
agora nada mais me importa,
não quero desculpas, só quero respostas
e o horizonte que vai me guiar
pra o que minha vida me reserva.
E dessa vez, bem sei, seguirei em linha reta.

quinta-feira, 10 de abril de 2008

Meus olhos me traem


Tão sublime aventurar-me em tua alma, mesmo em sonho.
Divago na imensidão dos meus desejos e assim,
te sinto, te toco, te beijo.
Tua pele exploro, e me embriago, me entorpeço com teu cheiro.
Chego a penetrar na inquietude dos teus pensamentos e,
como que encanto, te faço desaguar num mar de carícias,
de prazer, de não se conter,
de só querer e amar, o tempo todo você.
Te vejo a mim se entregar como a tua razão jamais ousaria,
e por alguns instantes te embalo no doce ritmo das horas
que nunca acabam, que não se controlam
e se eternizam num breve espaço de tempo
que vai do momento do amor até o amanhecer.

De acordar eu desisto.
Só assim disfarço em prazer a dor que sinto
quando meus olhos me traem, se abrem
e me traz de volta a um mundo onde tenho que sobreviver
com essa angústia de não poder ter você.

sexta-feira, 14 de março de 2008

14/03 - Dia Nacional da Poesia


Dia sensacional, não acham?
Uma pena que pouco vi e ouvi falar sobre este dia.
Pura cultura, mas o que vemos por aí em foco são apenas notícias sobre política, futebol, desastres... e coisas afins. Bem, quem sou eu pra julgar? Estou aqui apenas para parabenizar a quem valorizou o tema. Dêem, por favor, uma olhadinha nestas matérias:


http://www.clubeletras.net/blog/poemas


http://msn.bolsademulher.com/estilo/materia/magia_das_palavras/15426/1


Ou mande um cartão especial para alguém especial:


http://cartoes.uol.com.br/idx_monta.html?urls=6224|tema/versos/uol|amor|Dia Nacional da Poesia


Um abraço a todos,

quinta-feira, 13 de março de 2008

Seja um botão de flor


Levanta, reage
Descobre o que se esconde aí dentro
Sei que existe sentimento
Não foge da vida
Não guarde ressentimento

Sei que essa dor embalou
por muito tempo o rancor
que dilacerou dentro de ti
o que restava daquele mísero amor

amor sem reciprocidade
amor que só carregou a maldade
e a vontade
de só te ferir por dentro

Vem
eleva tua face
sente a brisa suave
e o amor que brota assim
de dentro... do fundo da alma

Quem tem que te amar é você
e o resto renasce
brota
como um botão de flôr
que apenas com sua cor e perfume
sem sair do lugar
chama atenção das mais belas borboletas
que um dia foram lagartas, largadas
mas que em algum momento
praticando em reclusão o crescimento
se tranformaram e se livraram
de seu grande fardo

Você só precisa de tempo
desse tempo que se traduz em esquecimento
que abre portas para a vida
com cicatrizes que te elevam a máxima grandeza
de ter aprendido com o sofrimento
te fazendo sorrir da ironia do destino

Desse destino
que dependendo da tua força
te conduzirá pelos caminhos escolhidos por ti

Medo de amar


Me ame
Transforme teu vazio em paixão
Pra quê tanto medo
Desperdiçando sentimentos
pelo medo da desilusão

Que coração é esse?
Frio, volúvel, estático
Faz de você um fraco
Te fazendo abandonar o retrato

De quem te ama de verdade
da mais pura felicidade
da saudade
que bombeia vida ao teu coração

Isso te mete medo
sofrer para ter prazer
ou ter prazer e logo depois sofrer
perder...
e morrer de paixão
ou, da ausência dessa paixão

Mas o que nos resta na vida
senão as lembranças
da escola
das amizades
partida de bola
primeiro amor... que não rolou
do beijo que te dei
brincando de salada mista

Não vê? Nada disso restou.
Mas frequentemente
essas lembranças me fazem viajar
e de presente me deixa, pode olhar
com um leve sorriso no ar
Que prazer que me dá!!!

A vida é assim
nada será pra mim ou pra você
mas se ficar com medo de sofrer
a sua história será de lamento
tendo como tema central
o arrependimento.

Eu quero você
por inteiro
solto
leve
entregue
aos grandes momentos
que preencherão tuas linhas em branco
e te farão viajar
por aí, sem destino
como o vento

quinta-feira, 21 de fevereiro de 2008

Amor paradoxal


Dias, horas, minutos
momentos sem fim
Perco você e em instantes
eu surto,infarto,
enlouqueço, me perco de mim

Louco embaraço, descaso,
no acaso senti
que sempre que a saudade apavora
me recolho, desabo e me largo
em sofrimento, numa agonia sem fim

Dificil conviver com esse aperto
que sufoca, acelera e dilacera meu peito
Tento desfazer esse laço
Procuro incessantemente e não acho
o caminho que me libertará de ti.

Como posso viver sem teu cheiro,
Como não querer o teu beijo,
Como disfarçar o pesadelo
de te ver em outros braços feliz?

Mas te amar significa abrir mão
e entender que não sou mais a razão
e que não é mais a mim que desejas
e sem lutar te entrego assim de bandeja
Não por cansaço, simplesmente por amor.

Tua felicidade é a minha
Apesar dela ser minha tristeza
Isso não parece real?
Não entendes do que falo afinal?
Falo de um amor paradoxal!!!

quarta-feira, 20 de fevereiro de 2008

Separação


Uma certeza imensa
tangente a uma dúvida cruel
lastimável
impecável
não entendo
o que me cura e me conforta
é o mesmo que por dentro me apavora

Estranho sentimento
desalento
sofrida liberdade
que vem
acompanhada de maldade
saudade, quem sabe
por causa do sal da idade

Nem eu sei,
apesar de convencido meu coração,
mas desta vez
não tem mais jeito não
sinto que agora é pra valer
temos que desfazer
os laços dessa união

Mas que união?
se o motivo dessa separação
é justamente a divergência
que corroeu a convivência
mesmo com tanta dedicação
de fingir
de fugir
tentando
manter as aparências
que eu mantinha
tentando me iludir

Dedicação
que acabou com meus sonhos
por vezes me anulando
me machucou
me carregou
pra bem longe de um paraíso
que pra viver eu preciso

Abismo sem fim
que, com muito esforço
consegui sim
agarrar com todas as forças
esse escape divino
que vem de uma fé inabalável
por vezes instável
mas fincada como uma rocha
em tudo que faz parte de mim

Dúvidas
trocadas por outras
tensão me deixando louca
de medo
do erro
de sede
do acerto
de desejo
de viver
Mas sei que desta vez
a felicidade chegará pra valer

segunda-feira, 18 de fevereiro de 2008

VERBOS


QUERO você...
é tão simples dizer,
mas, TER
é um verbo alimentado
por outro chamado MOVER
Mover-se
Mover o dia
Mover pessoas
Mover montanhas
Mover sentimentos
sensações
impressões
do que deve ou não ser.
SER,
outra ironia do destino,
nem sempre o que o outro QUER.
O que eu sou não basta
por que senão esses versos
não somariam tantas palavras
pois no inicio eu já terminaria
onde sucintamente eu apenas diria
Eu TENHO você.

Saudade


Saudade
que me invade
sem pedir licença

Ausência
que me maltrata
mesmo com promessas

Utopia
que me aconchega
mesmo fazendo ironia

Destino
que me atormenta
e me mostra o mundo real

Você
Tão longe
mas impregnado em meu ser

Será
com essa realidade
ainda terei você?

terça-feira, 12 de fevereiro de 2008

Te esqueci



Foi difícil te esquecer
As paredes tatuaram meu tormento
As lágrimas demoraram a se recompor
e o abismo por muito tempo ecoou
as tristes vozes do meu lamento

Mas o que fazer se a dor
do mesmo jeito que o amor
em algum momento se acaba
apesar de em tempos diferentes
as vezes parece que o pior é permanente
e com o vácuo, com o espaço e o infinito se confunde

Há quem diga que nada disso é verdade
até vivenciar a realidade e ver
que é tão dificil conviver
com a tarefa de estabelecer
regras de sobrevivencia,
se sobrepondo a carência,
para fugir e esquecer
de tudo, de coisas e de pessoas
que em nossa sã consciência
apenas desejaríamos o tempo inteiro
que estivessem sempre ao nosso lado

A bem da verdade te esqueci
surpreendentemente senti
que acordei pra vida e não pra você
essa sensação aparentemente me alegra
e por vezes me desespera pois,
não sei o que o destino me reserva

A cada caminho que percorro
tropeço em desencontros
que por vezes me afasta
do fluxo normal das coisas
desta vez me reergui
e não perderei essa chance jamais
de por hoje em diante não esquecer
de sempre amar respeitando meus ideais

segunda-feira, 11 de fevereiro de 2008

Sonho


Fez folia em minha vida
Num momento em que eu tanto sofria
meu coração vibrou de felicidade
fez companhia à saudade
e a minha solidão de amor se transbordou


Foi nesse sonho, sim,
que quando o dia amanheceu
um carnaval aconteceu
e você em minha vida, novamente, renasceu


ah quem dera tudo fosse verdade
você ao meu lado e apenas a maldade
que essa ausência me causou
fosse embora com o amanhecer


mas que nada, é apenas meu peito
que ainda me maltrata e não tem jeito
se enganando a toa procurando verdade em nuvens
acreditando que anjos fazem milagres
nem sabe que de nada adiantará
enganar esse pobre coração


Apesar de ter acordado me sinto renovada
a sensação de estar em teus braços me desarmou
me fez sentir novamente que o amor
é um dom que a natureza consagrou
aos que vivem ardendo em chamas
a procura eternamente por quem ama
e que isso jamais se chamará dor.

terça-feira, 8 de janeiro de 2008

Fênix


As vezes tenho a sensação 
de que a felicidade me engana
Não sei se uso esse pretexto como artimanha
para justificar meus momentos de solidão,
de invasão, 
que o vazio me impõe as vezes.

São turbilhões de sentimentos, 
pensamentos, lembranças, saudades
do que tive em minhas mãos 
e sem motivo aparente
(ao menos eu não vi)
por ironia do destino, perdi.

Dificil controlar a inquietude, 
pois isso machuca e
me destrói aos poucos, 
mesmo sorridente e 
levando a bola pra frente 
só consigo enganar aos loucos,
aos distraídos, 
aos que não são meus amigos
pois é nitido, em minha expressão, 
o quanto estou num abismo de mim,
sem fim...
Tenho a impressão que posso ser dona do mundo
menos dona de mim.

Mas como sempre tento e dou a volta por cima
é assim que meu coração me imagina
e sempre soube que nossa imaginação é tudo
por isso me vejo, festejo,
pareço num instante
a pessoa mais feliz do mundo

É muito fácil sonhar...
até para desabafar
é muito bom
vale a pena tentar
só não pode deixar se levar
e esquecer
do que a vida tem a nos oferecer

Uma vez entendi o quanto egoístas somos
esse sofrimento, essa dor pela falta de você
Pasme nada tem haver com você
Se estou contigo sinto-me bem,
sinto prazer, felicidade
e é desse tipo de sensação que me causas
que meu corpo depende na verdade
Tem haver comigo... de me amar tanto
a ponto de te querer a qualquer custo, as vezes pranto
só para me fazer bem...
Será que me entende?

É... a vida faz isso com a gente
filosofo,
poetizo
chegar em algum lugar eu tento
mas o ser humano, todos sabem,
sempre busca mais
e eu obviamente,
humanamente
não fico atrás.

segunda-feira, 7 de janeiro de 2008

Nada sou


Por que fizestes assim meu amor?
Será que nada do que fiz adiantou?
Porque são assim as histórias de amor?
Cheias de mocinhos e bandidos
lutando contra seus inimigos,
os corações apaixonados,
Mas que risco podemos correr
senão o de amar e viver
plenamente como dois safados e
uma vez apaixonados sem limites afinal?
Maravilhosamente fugindo do real
imaginando,sonhando,idealizando
sendo por alguns instantes apenas irracional.
Será que vivo no tempo dos contos de fada?
Quando vou acordar e pegar essa estrada,
que vai me levar ao que de fato me completa?
Nem sempre será o que te desperta,
por isso recebo este castigo.
Não me entendes, se assustas e se afastas
de mim como a um inimigo, um predador,
e voltamos a ser mocinho e bandido
roubando a cena um do outro
como caça e caçador.
Sem compreender que não adianta
e não mais cabe essa distância,
em vício isso já se transformou

Cansada estou
meu amor,
por favor,
por mim,
por nós
diz que não acabou
diz que ainda restou
o desejo,
o calor,
pois sem você
eu nada sou.