quinta-feira, 25 de setembro de 2008

Como se eu fosse um ET


Era cedo e eu não entendia o que se passava.
Tão jovem garota, errava e acertava mas não percebia.
Amigos seletos, amores incertos e a vida, toda ela em mim não cabia.
Corria em direção ao mundo, pouco receio, sem arreio e o pé no chão já machucado, cansado, sem sola, já não conseguia pisar no freio.
Era tudo encanto, sem canto certo eu vivia.
Um turbilhão de desejos a girar, e entontear minha cabeça conseguia.
Não, eu não conseguia parar, viver pra mim sempre foi melodia, de canções diversas, de rimas e prosas, de letras, palavras e versos que levo na sacola e de espalhá-las como a pétalas no chão em meu caminhar, aos quatro cantos do tempo, com ajuda do vento, feliz, só assim, eu viveria.
Encontrei pessoas de todos os tipos, de cores diversas, de grandes conversas, de poucas e pequenas mas que conseguiam meu peito encher, de curiosidade, de saudade, de vontade de ainda mais viver e/ou até, porque não, morrer de prazer.
Que vontade que dá, hoje com pouca força, hoje sem tempo, hoje no alento, de ler as páginas do tempo e nelas conseguir forças para voltar a viver.
Viver cantigas de roda, olhar mulheres e homens sem hora, sentados nas calçadas, colocando a conversa em dia, ou em mesas jogando dominó, com o baralho, buraco, enquanto o embaralho da vida esquecia.
Sinto nas pessoas de hoje apenas ferida, cicatrizes abertas, caras sofridas, materializando a vida, sonhando em ter coisas que não se pode ter.
Quanta coisa perdida... quanta gente iludida, que vive num mundo robotizado, de gestos automatizados, em busca de ideais falidos. Não valorizam sequer os seus filhos enquanto gozam e sofrem ao mesmo tempo, sem perceber.
Quero voltar a viver... viver com você que encontrei nas esquinas e que passou por mim despercebido e não falou, me ignorou como se eu fosse um ET, que vive em planetas distantes a procura da utopia de tudo ter para, só então, começar a viver.

sábado, 20 de setembro de 2008

Cadê?


Cadê a força que me envolveu até hoje?
Cadê o desejo de não mais te ver?
Porque agora quero morrer a te dizer um não?
Você que me causou tanta decepção.

Cadê, meu Deus,a minha certeza
que percebo, hoje, estava me iludindo.
Não consigo me desviar de você, eu sinto
Será que vou ter que passar
por tudo aquilo outra vez?

É certo que foi maravilhoso
por esse motivo é que foi doloroso
quando o fim se aproximou
e me arrancou de qualquer maneira
o que eu regava em meu coração:
o teu mísero amor.

Te falo em prece senhor e te suplico
Levanto minhas mãos ao alto e te enalteço
Será que não já paguei minha dívida contigo
ou tenho ainda que padecer para teu apreço

O que é isso que me ferve por dentro
me deixa cega e me faz perder a cabeça, os sentidos
Sei que não devo, isso eu penso, eu falo, escrevo
mas é dificil seguir a razão sempre que eu te vejo