terça-feira, 30 de março de 2010

O jogo da vida



Perdi muita força
mas não recebi "game over"
e consegui mudar de fase.
Sensação de vitória
que não indica ponto final,
mas a chegada
de uma nova missão a cumprir
sem dicas, nem atalhos
buscando caminhos passo a passo
guiada pelo meu senso incomum
a mercê de regras desconhecidas.
Vou ultrapassando limites,
ascendendo,
nesse lindo 
jogo 
da vida...

Ah, querido poeta...



Ah, querido poeta...
Escreves por estar vivo
(não apenas ante o oposto
da palavra morte,
mas em sua essencia,
cheia de sentimento,
de sentidos apurados,
de percepção de vários universos)
e com isso eternizas tua alma,
teu pensamento, tua memória,
mesmo quando da falência
da casa de teu espírito
com prazo de existência.
Ao contrário,
tuas palavras hoje registradas
dão início a tua eternidade.

segunda-feira, 29 de março de 2010

Eu, de você pra mim



Tão linda menina
de manhã, acorda preguiçosa
demora na cama
não gosta muito de prosa

Aos poucos vai despertando
espalhando sorrisos ao vento
se arruma toda, batom na boca
e logo fico todo ciumento

garota exigente, insistente,
impaciente, me leva a loucura
Outras vezes sensível, dengosa
cheia de charme, uma doçura

amiga,
conselhereira,
meu cais,
as vezes me rouba
e por outras
me devolve a paz

Por isso te embalo,
por vezes me calo
pra não te fazer sofrer
ah, menina danada
não prometo nada
mas acho, que
pra sempre vou amar você

quarta-feira, 24 de março de 2010

Amor ausente



O silêncio fala
fala tanto que incomoda
porque não consigo fazê-lo calar?
Fica ecoando em meus ouvidos
em todos os meus sentidos
que não voltarei a te encontrar

Odeio pensar que compreendo o universo,
a harmonia e a ciência da paixão
mas não consigo ao menos traduzir
o significado dos teus ausentes versos
que tanto machucam meu coração

Me incomoda a falta de um simples "sim"
ou, de até mesmo, um tão temido "não"
machuca, machuca tanto
essa falta de definição

Onde ela esta?
Procuro tudo e não acho
(minha velha cartilha do amor)
ela que desprezei
quando enganada pensei
ter encontrado pra minha música
a melodia certa e o compasso

Hoje acordo desse sonho inocente
despenca em mim apenas esse amor ausente
que um dia pensei ser um conto de fadas
onde terminariamos como num filme
"Felizes para sempre"
e eu por ti pra sempre amada!

terça-feira, 16 de março de 2010

Identidade



Nossa identidade vai além de números e superficialidades. Somos o que somos e dentro de nós registramos todos os aprendizados acumulados em nossa vida (como a diferença entre o certo e o errado, o simples e o sofisticado, o amor e o ódio, ressentimento e perdão, brutalidade e gentileza, bondade e maldade além de outras várias forças antagônicas) mas o que se sobrepõe são nossas singularidades, a nossa capacidade de julgar, definir e absorver o que é melhor, confiando em nosso ponto de vista e em nossa essência que carregamos desde sempre dentro de nós. Tudo é questão de interpretação (e, pelo que observo, interpretar, se fosse matemática, seria uma variável aleatória).
Ela, a nossa identidade, na realidade é a nossa liberdade de expressão e de execução das próprias vontades. Algo complexo, mas não de todo imprevisível, definida muitas vezes por nosso estado momentâneo, mutável, de espírito. 
Quem nunca ouviu a expressão "a primeira impressão é a que fica"?
Se não estamos num dia bom, melhor evitar contato, principalmente novos relacionamentos, afinal corremos um sério risco de ganhar antipatia eterna de alguém que poderia ser um mais novo melhor amigo ou do cara que, por ironia do destino, poderia ser o condutor da entrevista do tão sonhado emprego ou, quem sabe, do tão esperado grande amor de nossa vida, nossa alma gêmea.
Desde criança aprendemos na escola com o professor de matemática que, + com - é igual a 0, afinal, qual o sentido em se combater conflito com mais conflito? Para tanto, seria necessário se utilizar de uma força equivalente, porém oposta (pois, mais com mais ou menos com menos, somam, não anulam). Mas, não é o que pomos em prática, na realidade. Para isso precisaríamos de muito discernimento, mas infelizmente esquecemos o que aprendemos em nossa infância e, comumente, damos "o troco" na mesma moeda. É claro que temos nosso momento de "Madre Tereza de Calcutá" mas não conseguimos ser assim pra todo o sempre.


Para quem gosta de astrologia hermética, e acredita nas forças do universo, ela diz que "não devemos misturar forças antagônicas porque resultam em forças terrivelmente destrutivas”. Que "todas as forças do Universo vivem buscando equilíbrio e nós devemos aprender o equilíbrio de todas elas"

E, por fim, que "devemos aprender a olhar com indiferença as alternativas de prazer e dor, de ganho e de perda", dessa forma podemos extrair mais coisas do que, tão somente, o sentir.


Não vamos pensar que ser bom e mau ao mesmo tempo é coisa certa. Tomemos partido, e que seja sempre pelo lado do bem para, quem sabe, depois disso aplicarmos grandes doses de bondade em tudo de ruim que anda acontecendo pelo mundo. Tudo bem. Comecemos pelo "nosso mundo". Vamos tomar partido HOJE e, que assim, possamos fazer a diferença, para melhor, ao revelar nossa verdadeira identidade!


Desejo uma linda identidade a todos!

sexta-feira, 12 de março de 2010

Cebolinha



Eu te recordo e,
choro e sorrio simultaneamente
Numa colisão entre tristeza do presente
e alegrias do passado (que não se apagam)
O choro é por tua falta, mas a memória
carrega apenas tua alegria de viver
pois meu coração é só choro e uma "quase" revolta!
Não sou grande para sentir paz com a tua ausência
Envelheci duzentos anos pois a alegria me falta agora
Abrando meu coração pelos que ficaram e reconheço
que não somos nada diante da grandiosidade da vida
ao tempo em que somos tudo vivendo como tu, ao lado do Criador
Entendo que você era grande para viver pra sempre conosco
e um anjo precisa estar no céu, essa é a verdade!
O que nos resta:
olhar pra frente e orgulhar tua memória apenas com a felicidade
e fé que te fazia seguir de pé nessa tua passagem
que ficou eternizada em nossos corações.
No jogo do contente, melhor sentir saudade por tua ausência
do que jamais ter vivido ao seu lado!

quinta-feira, 11 de março de 2010

Monologia



A distancia do que há de desejo se une implacavelmente ao estado emocional já existente.
Essa ausencia estimula a dor que por ventura esteja sendo vivenciada, ou quem sabe o amor, o calor, a vontade de viver ainda mais, a depender do dilema já existente ou a ser vencido.
Entre o bem e o mal, o sucesso e o fracasso, a alta e a baixa auto-estima está ela lá, essa ausência que apenas complementa e intensifica esse poder de valorizar um estado de espírito que é acometido a cada dia no instante em que se põe os pés para fora da cama.
E o culpado (a pessoa ausente) apenas anda por aí tentando aproveitar a rotina já
incorporada a sua vida como algo singular e altamente indispensável, e quem sabe até vivenciando os mesmos dilemas porém sem tempo para dispensar importância, ou para também vivenciar essa monologia em que habitualmente eu me predisponho, sendo essa a minha única forma de expulsar o que não se consegue calar, mas que também não pode ser dito ou entendido por ninguém mais.
Eu feliz sem você = Estímulo
Eu triste sem você = Desengano
Uma coisa é certa e animadora: "A presença depois da carência anula o que estava ruim ou intensifica o que já andava bom!"