sábado, 24 de julho de 2010

Dispenso enfeites e palavras




Se me amas em cada verso, em cada canto
Um amor assim dispensa enfeites, até palavras
colorindo minha estrada, enxugando meu pranto
transformando em vida um antigo conto de fadas

Se me amas, mesmo nessa insânia doçura, portanto
(desse vento ambíguo que não traduz minha soada)
espero traduzir-me nessas rimas, mostrar meu encanto
e uma delicada declaração de minha alma apaixonada

Se me amas, isso não é motivo para eu te amar
mas sim as palpitações no peito, meu olho sem jeito
que me acometem quando estou contigo, ou a te fitar

Se me amas, só entendo isso agora, para meu pesar!
E mesmo muito feliz agora, lamento o que não foi feito
ou dito, e insisto, sem demora venha correndo pra me amar!

sexta-feira, 16 de julho de 2010

Promessas em vão



E eu imploro,
coração não vença!
E numa luta constante
onde quase perco
a paz,
o juizo,
a razão...
onde quase ganho
a migalha do teu coração
Como estar submergido
sobrevivendo por apenas um fio
de sopro, que vem da tua paixão
e uma simples onda me condena
e me afoga nesse mar de indecisão
de medo, de dúvida
do pecado que eu mesma criei
quando fiz promessas em vão
pra um Deus que não cansa
de me aconselhar
e de me abençoar
com seu eterno perdão

quarta-feira, 14 de julho de 2010

Vamos viajar agora?



"Uma velha amendoeira, que eu plantei na infância. Daquelas que enfeitam a terra com suas folhas secas, avermelhadas. Há quem diga que só fazem sujar, pois não enxergam a beleza de mais um ciclo que se completa. A beleza da vida tão bem representada e tão pouco admirada. E sobre esse tapete de barulho característico e agradável me deito e leio um livro, embaixo de uma sombra que me deixa curtir a brisa suave que respira em meus ouvidos numa canção que apenas se ouve ao ouvido de poucos. E esse céu pintado de azul com mesclas brancas que me transporta a um estado de paz inerente ao lugar, me permitindo viajar nas páginas que devoro insaciavelmente e que me contam uma bela história de sedução e amor, que se fundem invariavelmente na vida das personagens e do meu "eu" personagem que participa passivamente e devora compulsivamente aquelas linhas."
Pra falar a verdade, estou no trabalho... quatro paredes, duas portas, e uma delas apenas vai dar no banheiro. A outra, vai dar na rua que costumeiramente tem um barulho infernal devido ao fluxo intenso de trânsito. Além disso, o que mais se vê? Comercio! E pessoas fazendo o comercio. Dando vida a ele com toda força e intensidade. Acumulo de stress não traz dinheiro, nem paz. E em um razoavel espaço de tempo estamos nós gastando o que conseguimos ou até tres vezes mais, em clínicas, terapias e medicamentos. Por isso mesmo, quando o bicho pega, mesmo sentada aqui nessa cadeira de escritório com rodinhas, eu viajo mesmo. E debaixo dessa velha amendoeira imaginária relaxo, e leio e descanso por alguns instantes. Por vezes volto no tempo, na idade que me convier, por poucos minutos mas, quando volto, tomo uma xícara de café e renovada, com a cabeça fresca (quem sabe daquela brisa suave) encaro o batente com as idéias fluindo melhor e com a cabeça no lugar.


Bom relax a todos!!!