segunda-feira, 5 de dezembro de 2011

Antes fosse vazio...


Na solidão, de hoje em diante,
esbarro-me cada dia,
em cada instante,
com a beleza do que se foi
no adeus...


Todo coração é morada
de todo "sim" e amor vivido.
Carrega cada palavra doce.
Que dor,
chamar amor de antigo!


Aceitar a sentença do não.
Como dizer ao coração que
sua paixão não te ama mais,
e um: "Acorda, rapaz!"?


E entre os "sim e não" diários
Há um que dói para sempre
Deixa a alma doente e o coração
em pulso intermitente.


Pena que ele não segue vazio
Antes fosse vazio,
porque vazio se preenche...

quarta-feira, 23 de novembro de 2011

Amor de mentirinha

Tua palavra muda
não muda nada...
O jeito estranho de abster-se
d'um amor, talvez de mentirinha.
Que feio, "amor de mentirinha!"
Nunca sentido, quem sabe!?
A espera descansa nas ocupações do dia,
de cada dia... em cada "a fazer".
A imensidão já não invade, recua.
A felicidade, estranhamente está aqui.
Não se sabe, se de tão forte,
a dor passa, ou adormece.
Há garantia apenas, de que, ao menos,
a arte ficou. A poesia, imortalizou.
E fez verdade, esse amor.
Esse amor de mentirinha...

quinta-feira, 8 de setembro de 2011

Falta

Cadê eu?
Fiquei no caminho,
na margem d'um lugar
que sequer tem nome
(Esse não é o meu lugar!)

Cadê a palavra,
que desvendava a alma?
Hoje parece oca.

Cadê o luar,
que iluminava a escuridão?

Cadê a dor que passava
só em tocar a sua mão...

Hoje a dor me falta,
isso me afasta.
(Antes dor, que o vazio)

Cadê a lágrima?
Ela não rola e me aperta o peito.

Cadê o segredo, o sonho, o desejo?
Cadê a flor, a tela, a música
a melodia que fazia dançar, amar?

Cadê a infantil falta de senso
que não me fazia desistir?
Não me fazia deixar de amar...

Cadê a insistência diante do não?
O não era apenas um ponto de partida
e não o final.

Hoje sou ponto.
Hoje não sou, não estou.
Hoje passou
Hoje sou o ontem sofrido
desse dia feliz
que um dia há de chegar.

quarta-feira, 10 de agosto de 2011

Fogueira



Em baixo da cinza, tem fogo.
Não bote lenha!
Lá, na serenidade da cor,
tem vida,
não pode ser remexida.
Na paz, do que é quase fim,
pode estar o começo,
e eu digo, e repito,
não bote lenha!

Também não sopre,
pois não apaga!
A mais leve brisa
pode ser fonte,
e eu volte.

Não seja fonte,
não seja sol,
o solo é árido.

Não toque nas cinzas,
só o tempo pode apagá-las.

Me deixe ser fogo
sob as cinzas,
enquanto puder.

sexta-feira, 29 de julho de 2011

Adiando o amor


O abraço do desejo que envolve
e provoca arrepio na pele,
com indício de paixão.

Um sentimento,
o desconhecido.

A voz que sussurra e provoca.
A mão forte, em movimentos suaves
e toque macio.

A canção.
O silêncio.
O nada, se fazendo existir.

O olhar guardado, que intima,
pois o coração condena.

E a palavra, que cala,
adiando o amor.

domingo, 24 de julho de 2011

Esse mar...



Ah... esse mar
de um amor estranho
que manipula meus dedos,
invade meus sonhos
e descreve em palavras
o que nem eu mesma ousei

Ah... esse mar
que me aguarda, e nem sabe
as aguas em mim estão mansas
meu peito quebrando alianças
pisando centelhas de antigas chamas

Ah... esse mar
me faz querer voltar atrás
retomar antigo e complexo caminho
(que reflete cansaço)
de um faz de conta que terminou
sem nunca antes ter começado

quarta-feira, 15 de junho de 2011

Danço com você!



Danço contigo,
ao som da melodia triste
que me amansa a lágrima,
depois do segundo, terceiro copo.

Danço,
ouvindo a letra que promete
o regresso
de quem sequer se foi
e, ainda assim,
machuca o peito.

Danço...
e novamente danço
sentindo-te comigo
ao som desse bolero
que me arrepia a pele
e faz verdade
cada pensamento meu.

Nostalgia pura,
a melodia, a letra,
a cena, o som,
a cor rubra do batom
que sequer saiu da boca
(enfeitou apenas
a taça solitária
que embriaga a alma
e faz promessas
sem sentido.)

Danço,
no sentido literal da palavra
quando o som cala
quando os olhos abrem
e as lágrimas rolam
quando largo o copo vazio
anunciando a solidão
de um lençol frio
sobre a cama
que aguarda
uma pessoa só.

Mesmo assim danço
sempre...
com você!


segunda-feira, 9 de maio de 2011

Paz interior




Paz interior...
numa mesmice agradável.

Noites sem sonhos,
sem pesadelos, e
vivendo apenas o normal,
que antes tanto assustava,
e do qual tanto se fugia.

Medo,
apenas de encarar as linhas
e de não ter o que dizer.
O normal é assim!

Saudade
das palavras que diziam
e que faziam sentir.

Sentir pra quê?

Deus me guia
e tudo,
tudo,
continua no lugar.

quinta-feira, 17 de março de 2011

Não consigo silenciar



Eu não consigo silenciar
porque meu desejo fala
minha pele exala,
palavras
que guardo no pensamento.
Que não se perdem no tempo
já que vem do amor
e o amor é atemporal.
É tão bom não ter mais força,
me entregar,
e, a ti, confiar meu coração.
Deixá-lo me fazer voar...
E se, por acaso, errar
(eu, você)
culparemos a paixão.

terça-feira, 15 de março de 2011

As vezes eu odeio




As vezes eu odeio
a franqueza dos fracos,
ela não me convence.
Odeio o medo sem sentido, excessivo,
de quem nem tentou.
Não suporto a frieza de quem desistiu
quando viu o percurso
e o chamou de impossibilidade.
Tenho pena de quem não vive
e se sente feliz diante de seu mundinho pequeno
(e não abriu os olhos para o inexplorado).
Que a escuridão venha para os iluminados
que reclamam da vida e não enxergam a sorte que têm
talvez assim possam dizer: "Eu era feliz e não sabia!".
Tenho pena de quem não sentiu o calor do sol na pele
só porque disseram que não fazia bem.
E também da ignorância de quem julga,
sem saber sequer do que está falando.
Ignoro totalmente a cegueira medíocre
de quem só enxerga defeito
e só fala o desnecessário.
Desprezo a opinião de quem disponibiliza tempo
apenas para criticar a vida alheia
e sequer olha para seu próprio umbigo.
E, finalmente,
não quero perder meu tempo
com coisas ou pessoas que dão passos para trás
sem prestar atenção nas cenas dos próximos capítulos.
Sinceramente, gente assim
eu acho ridículo!

segunda-feira, 14 de março de 2011

A arte de ser poeta




E, ser artista e ser poeta é ser eterno
É ser vida, mesmo quando em sua morte
É ser sorte, mesmo quando em triste fardo
É ser tudo, mesmo quando resta apenas nada
É ser forte em expressão, mesmo estando fraco
É carregar a dor, com amor, de seu dom de ser ator


Escrito em 14/03/2009

Inútil Silêncio




É inútil fugir
da vida,
da fantasia,
dos sonhos

É inútil querer desprezar
ou esquecer
ou desinventar
o amor,
e os atores
desse só nosso
paraiso.

Me recuso a deixar de existir
(Mesmo que
em nossa realidade inventada)
Me recuso a deixar de viver,
de conhecer,
de amar,
de aprender
e de compartilhar,
um "sonho"
com você!!!

E nesse seu inútil silêncio,
que por vezes não cala,
grita em mim a ausência
do amor de quem,
na impossibilidade de existir,
só se esconde,
e mesmo assim
só faz bem
(mesmo diante
de inúmeros
e dispensáveis
"adeus")

Fio da meada




Não há outro sentido

Não existem aspas

Não há culpa,

nem dúvida,

nem impasse.


Nada é indecifrável

nem enigmático...


O simples, o verdadeiro

ou o significado

é o que está escrito e só.


Com essa mania de pensar demais

pegamos o fio da meada

e damos um nó!!!

sábado, 5 de março de 2011

Várias Razões



Há um navio que ancora em teu porto
discreto, mas cheio de emoções
ele não te leva dissabores, como os outros
Mas tu não enxergas por várias razões

Dá atenção pras tristezas
se entrega ao vazio do sofrimento
esquece da vida em alguns momentos
e segue o caminho das incertezas

Olha dentro de ti
e acharás teus sonhos
Um coração não se perde
se não for por amor
olha o navio em teu porto
que há muito ancorou
A morte eu peço
mas para teu passado cruel
e muita vida para o momento
que ainda nem começou

quarta-feira, 26 de janeiro de 2011

Uma pena... uma dor!




Uma tela
Uma mesa
Uma dor

Uma pena
Um tinteiro
Um escritor

Uma música
Uma poesia
Um apelo

Um ano novo,
um novo mesmo amor
mais um ciclo a ser vivido
dentro d'um sonho antigo