sábado, 21 de abril de 2012

Sigo


Sinto falta do silêncio em mim.
O fechar da boca nada quer dizer.
O que existe fica alí, entranhado na alma.
Gritante.
Ecoa. Magoa.
Dor latejante daquelas que não há remédio.
Sem cura.

E, na loucura do desfazer,
do refazer, ou simplesmente do
sem ter o que fazer, sigo.

Sigo tentando não olhar pra trás
Como se fosse possível rasgar lembranças.

Não foi história inventada, escrita num papel

Portanto,
Não se rasga.
Não se apaga.
Não se cura.
Não tem remédio.

Contudo,
como tudo mais,
se acaba...

quarta-feira, 11 de abril de 2012

Na palma da mão


Não sei quantas vezes tive vontade de gritar com você.
Sua teimosia me mata e me deixa louca.
Saberia ao menos o que se passa se você me desse apenas uma chance.
Mas você, nesse seu mundo real, não se dá ao luxo de viver um pouco a fantasia.
Carrega o mundo na palma da mão.
Louco é o homem que apenas vive... e não sonha.
Minhas decisões de nada adiantam. Você ignora meu sim, ignora meu não.
E querendo fazer de conta que não estou nem aí. Abstraio. Me traio. Sufoco.
E para matar você em mim preciso antes morrer.
Questão difícil, se já me sinto morta 
não seria justo que já o tivesse matado?
É um labirinto cheio de enigmas como quadros na parede.
E eu estou naquele retrato. O mais complexo. O abstrato.
Não sei se vou, se fico.
Eu mesma respondo: 
"Qualquer um. Você não se importa."
Mas, desta vez não emudeço. 
Não pasmo. Não paro. Falo sério.
É sem volta. 
Estou saindo por aquela porta!

Já não sei mais nada


Como um bilhete escrito a mão
apago cada linha escrita em poesia.
Palavras, sentimentos, cumplicidade
que foram compartilhados um dia.

Como uma borracha num papel
e com a alma impiedosa,
cansada do sofrer,
tentando fazer não mais existir
a saudade, o desejo, você.

Minha destra ágil na sentença
numa bruta missão catastrófica
cancela o amor poético,
apesar do coração sentido.

Inútil tormento...
Não apagou, sequer,
milímetros do sentimento.

Se ainda te amo,
confesso,
não sei.

Não sei.
Já não sei mais nada.


Hipócrita

Eu não sou hipócrita.
Te amo.
Te admiro.
Não mude,
se for por mim!

domingo, 8 de abril de 2012

Rabiscos

Escuto mil sons
Releio tuas linhas
Me perco nas entrelinhas
Não entendo o remendo nesse amor.

Rabisco. Risco. Desespero.
Preciso de você aqui.

Sereno é o amor que alivia.
Ausente, desmente sua serventia.
Sofro de noite, de dia.
Com essa falta de você.

O choro me faz desistir.
Em desespero adormeço...
E o desejo?
Renasce no amanhecer.