quinta-feira, 21 de fevereiro de 2013

Ônus ou Bônus?



Rieis de mim,
como a faca cega que me apunhala as costas.
A ferida já não sangra,
mas a dor não cessa.
Peço clemência, 
mas o arrependimento não recua a hora, 
o tempo não anda de ré, 
atropelando todas as vontades e perdões.
As palavras do pensamento são as únicas que se pode recuar. 
As que saem da boca não têm volta. 
Ainda não inventaram borracha de apagar som.
E, talvez, melhor assim. 
Pior do que sentir ou causar dor é protelar o inevitável.
A escuridão dos olhos fechados não assustam tanto 
quanto a falta de luz ao dia. 
O sol, a lua, num ritmo frenético a nos resguardar das trevas. 
E nem merecedor somos.
Seu riso me dói 
mas me consola,
pois me mostra que não há
obstáculo algum
a me segurar.
Seu riso,
meu choro,
eles hão de acabar...

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